sexta-feira, 27 de março de 2009

Curso Saúde e Canto


2 de Abril de 2009 - Dia Mundial da Consciencialização do Autismo


2 de Abril de 2009 - Dia Mundial da Consciencialização do Autismo

"É hoje geralmente aceite que as perturbações incluídas no espectro do autismo, Perturbações Globais do Desenvolvimento nos sistemas de classificação correntes internacionais, são perturbações neuropsiquiátricas que apresentam uma grande variedade de expressões clínicas e resultam de disfunções do desenvolvimento do sistema nervoso central multifactoriais " (Descrição do Autismo, Autism-Europe, 2000).

O autismo é uma perturbação global do desenvolvimento infantil que se prolonga por toda a vida e evolui com a idade. O bebé com autismo apresenta determinadas características diferentes dos outros bebés da sua idade. Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente, pode ter medo de objectos. Por vezes tem problemas de alimentação e de sono. Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário, pode nunca chorar.

Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos repetitivos (bater palmas, rodar objectos, mover a cabeça de um lado para o outro). Ao brincar, não utiliza o jogo social nem o jogo de faz de conta. Ou seja, não interage com os outros, pode não dar resposta aos desafios ou às brincadeiras que lhe fazem. Não utiliza os brinquedos na sua função própria. Um carro pode ser um instrumento de arremesso e não um carro para rodar no caminho. Uma boneca pode servir para desmanchar e partir mas não para embalar.

Dos 2 aos 5 anos de idade o comportamento autista tende a tornar-se mais óbvio. A criança não fala ou ao falar, utiliza a ecolália ou inverte os pronomes. Há crianças que falam correctamente mas não utilizam a linguagem na sua função comunicativa, continuando a mostrar problemas na interacção social e nos interesses.

Os adolescentes juntam às características do autismo os problemas da adolescência. Podem melhorar as relações sociais e o comportamento ou, pelo contrário, podem voltar a fazer birras, mostrar auto-agressividade ou agressividade para com as outras pessoas.

Os adultos com autismo tendem a ficar mais estáveis se são mais competentes. Pelo contrário, os menos competentes, com QI baixo, continuam a mostrar características de autismo e não conseguem viver com independência.

As pessoas idosas com autismo têm os problemas de saúde das pessoas idosas acrescidos das dificuldades de os comunicarem. Os problemas de comportamento podem por isso sofrer um agravamento. Além disso, perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico e têm menor motivação para praticar desporto, o que não contribui para melhorar a sua qualidade de vida. Por outro lado, o seu comportamento pode tender a estabilizar-se com a idade.

Características do autismo

Sempre existiram pessoas com autismo mas o autismo foi identificado cientificamente "Autistic Disturbances of Affective Contact" no qual descrevia o estudo de caso de 11 crianças com um síndro e pela primeira vez em 1943 por Leo Kanner, pedopsiquiatra austríaco radicado nos Estados Unidos da América que publicou um artigo ma ao qual ele dava o nome de Autismo (do grego autos que significa próprio). Justamente as características que ele definiu para as crianças desse grupo eram:
Um profundo afastamento autista
Um desejo autista pela conservação da semelhança
Uma boa capacidade de memorização mecânica
Expressão inteligente e ausente
Mutismo ou linguagem sem intenção comunicativa efectiva
Hipersensibilidade aos estímulos
Relação estranha e obsessiva com objectos

Mais tarde, a partir de posteriores estudos, mencionou a ecolália, "fala de papagaio", linguagem extremamente literal, uso estranho da negativa, inversão pronominal e outras perturbações da linguagem (Kanner, J.,1946)

Um ano depois de Kanner ter publicado o seu artigo, em 1944, um pediatra austríaco Hans Asperger, publicava um artigo, em alemão "Die Autistischen Psychopathen im Kindesalter" no qual descrevia um grupo de crianças com características muito semelhantes às de Kanner, chamando igualmente "Autismo" ao síndroma. É interessante saber que nenhum deles conhecia a obra do outro. O artigo de Asperger só foi traduzido para inglês em 1991 (Frith, 1991a).

Embora as características dos indivíduos fossem semelhantes, havia um grupo reconhecido por Asperger com picos de inteligência e linguagem desenvolvida.

Daí, hoje as crianças com essas características serem diagnosticadas como tendo o síndroma de Asperger.

Lorna Wing (1981) definiu o síndroma de Asperger com seis critérios de diagnóstico:

1. Linguagem correcta mas pedante, estereotipada
2. Comunicação não verbal - voz monótona, pouca expressão facial, gestos inadequados
3. Interacção social não recíproca, com falta de empatia
4. Resistência à mudança - Preferência por actividades repetitiv
5. Coordenação motora - postura incorrecta, movimentos desastrados, por vezes estereotipias
6. Capacidades e interesses - Boa memória mecânica, interesses especiais circunscritos.

Apesar das competências dos indivíduos com síndroma de Asperger, eles têm igualmente grandes problemas com a interacção social recíproca, com a comunicação funcional, embora falem com propriedade e com o comportamento e rigidez de pensamento.

Hoje o síndroma de Asperger tem uma classificação separada do autismo no DSM IV- TR (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais).

A noção de um espectro de perturbações autísticas baseado na tríade de perturbações apresentada por Lorna Wing é importante para a educação e cuidados das crianças com autismo ou outras perturbações globais do desenvolvimento.

A Tríade de Perturbações no autismo
As pessoas com autismo têm três grandes grupos de perturbações. Segundo Lorna Wing (Wing & Gould,1979), a partir de uma investigação feita em Camberwell, a tríade de perturbações no autismo manifesta-se em três domínios: social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento.

Domínio social: o desenvolvimento social é perturbado, diferente dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A criança com autismo pode isolar-se mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais
Domínio da linguagem e comunicação: a comunicação, tanto verbal como não verbal é deficiente e desviada doa padrões habituais. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem linguagem durante toda a vida.
Domínio do pensamento e do comportamento: rigidez do pensamento e do comportamento, fraca imaginação social. Comportamentos ritualistas e obsessivos, dependência em rotinas, atraso intelectual e ausência de jogo imaginativo.

O diagnóstico do autismo é hoje efectuado a partir das características definidas no DSMIV- TR

Causas do autismo
Uma das primeiras perguntas que os pais ou os profissionais fazem é:
Quais são as causas do autismo?

Nos anos 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interacção da criança com os pais. Várias teorias sem base científica e de inspiração psicanalítica culpabilizavam os pais, em especial as mães, por não saberem dar respostas afectivas aos seus filhos. Esse período foi dramático e levou algumas mães a tratamento psiquiátrico e em extremo, ao suicídio.

A partir dos anos 60, a investigação científica, baseada sobretudo em estudos de casos de gémeos e nas doenças genéticas associadas ao autismo (X Frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, neurofibromatose, diversas anomalias cromossómicas) mostrou a existência de um factor genético multifactorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Estas causas são diversas e reflectem a diversidade das pessoas com autismo.

-Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposição para o autismo o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal. É possível existirem factores hereditários com uma contribuição genética complexa e multidimensional.
-Alguns factores pré natais (ex.rubéola materna, hipertiroidismo) e peri natais (ex.prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influência no aparecimento das perturbações do espectro do autismo.
-Há uma grande incidência de epilepsia na população autista (26 a 47%) enquanto na população em geral a incidência é de cerca de 0,5%.
-Há também estudos post mortem em curso sobre as anomalias nas estruturas (cerebelo, hipocampus, amígdala) e funções cerebrais das pessoas com autismo.

É necessário continuar a desenvolver a investigação sobre o autismo e, embora haja muitos estudos em curso, ignoramos qual o seu impacto no futuro das crianças e jovens com autismo.

Há contudo, neste momento uma conclusão importante que reúne o consenso da comunidade científica:
Não há ligação causal entre atitudes e acções dos pais e o aparecimento das perturbações do espectro autista. As pessoas com autismo podem nascer em qualquer país ou cultura e o autismo é independente da raça, da classe social ou da educação parental.

Prevalência do autismo
Há mais rapazes do que raparigas com autismo.

A sua proporção é de 4 a 5 para 1.

Haverá presentemente mais pessoas autistas do que há 20 anos?

Estudos recentes relatam grande aumento de incidência.

De acordo com estudos feitos por Eric Fombonne no Canadá (2003): Para uma população de 10.000 pessoas há 10 pessoas com autismo e 2,5 com síndroma de Asperger. Na mesma população há 30 pessoas com perturbações globais do desenvolvimento no quadro do autismo. Estudos desenvolvidos em Portugal (Oliveira, G et al., 2006) apontam para números semelhantes. Este aumento será real ou devido a mudança de critérios de inclusão?

Maior abrangência do diagnóstico?

Existência de profissionais mais conscientes da existência do autismo?

DSM IV- TR (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais)
As características essenciais da Perturbação Autística são a presença de um desenvolvimento acentuadamente anormal ou deficitário da interacção e comunicação social e um repertório acentuadamente restritivo de actividades e interesses.

A perturbação pode manifestar-se antes dos 3 anos de idade por um atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas: interacção social, linguagem usada na comunicação social, jogo simbólico ou imaginativo (critério B). Não existe tipicamente um período de desenvolvimento normal, embora em cerca de 20% dos casos os pais tenham descrito um desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos. Nestes casos, os pais referem uma regressão no desenvolvimento da linguagem, geralmente manifestada por uma paragem da fala depois de a criança ter adquirido 5 a 10 palavras.

Por definição, se existe um período de desenvolvimento normal, este não pode estender-se para além dos 3 anos de idade. A perturbação não é melhor explicada pela presença de uma Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância (critério C).



CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO PARA PERTURBAÇÃO AUTISTICA

A. Um total de seis (ou mais) itens de (1) (2) e (3), com pelo menos dois de (1), e um de (2) e de (3).

(1) défice qualitativo na interacção social, manifestado pelo menos por duas das seguintes características:

(a) acentuado défice no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como contacto ocular, expressão fácil, postura corporal e gestos reguladores da interacção social;

(b) incapacidade para desenvolver relações com os companheiros, adequadas ao nível de desenvolvimento;

(c) ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres, interesses ou objectivos (por exemplo; não mostrar, trazer ou indicar objectos de interesse);

(d) falta de reciprocidade social ou emocional;

(2) défices qualitativos na comunicação, manifestados pelo menos por uma das seguintes características:

(a) atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral (não acompanhada de tentativas para compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímica);

(b) nos sujeitos com um discurso adequado, uma acentuada incapacidade na competência para iniciar ou manter uma conversação com os outros;

(c) uso estereotipado ou repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática;

(d) ausência de jogo realista espontâneo, variado, ou de jogo social imitativo adequado ao nível de desenvolvimento;

(3) padrões de comportamento, interesses e actividades restritos, repetitivos e estereotipados, que se manifestam pelo menos por ma das seguintes características:

(a) preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais, quer na intensidade quer no objectivo;

(b) adesão, aparentemente inflexível, a rotinas ou rituais específicos, não funcionais;

(c) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, sacudir ou rodar as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo);

(d) preocupação persistente com partes de objectos.

B. Atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos três anos de idade:

(1) interacção social,

(2) linguagem usada na comunicação social

(3), jogo simbólico ou imaginativo.

C. A perturbação não é melhor explicada pela presença de uma Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância.

DSM-IV-TR, Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 4ª ed., Texto Revisto, Lisboa, Climepsi Editores, 2002


CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO DA SÍNDROMA DE ASPERGER, DSM IV (1994)

A. Défice qualitativo na interacção social, manifestado pelo menos por duas das seguintes características:

(1) acentuado défice no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como contacto ocular, expressão fácil, postura corporal e gestos reguladores da interacção social;

(2) incapacidade para desenvolver relações com os companheiros, adequadas ao nível de desenvolvimento;

(3) ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres, interesses ou objectivos (por exemplo; não mostrar, trazer ou indicar objectos de interesse); ausência de jogo realista espontâneo, variado, ou de jogo social imitativo adequado ao

B.Padrões de comportamento, interesses e actividades, estereotipados,repetitivos e restritos, que se manifestam pelo menos por uma das seguintes características:

(1) preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais, quer na intensidade quer no objectivo;

(2) adesão, aparentemente inflexível, a rotinas ou rituais específicos, não funcionais;

(3) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, sacudir ou rodar as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo);

(4) preocupação persistente com partes de objectos.

C.A perturbação implica alterações clinicamente significativas nas áreas de funcionamento social, ocupacional e outras.

D. Não existe atraso clinicamente significativo da linguagem(por exemplo, aos dois anos são utilizadas palavras simples e aos três anos são utilizadas frases comunicativas).

E. Não se regista atraso clinicamente significativo do desenvolvimento cognitivo, da autonomia, do comportamento adaptativo (à excepção da interacção social) ou ainda da curiosidade pelo ambiente da infância.

F. Não são preenchidos os critérios de outras Perturbações Globais do Desenvolvimento ou de Esquizofrenia.

DSM-IV-TR, Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 4ª ed., Texto Revisto, Lisboa, Climepsi Editores, 2002

Referências bibliográficas

Asperger, H.(1944) - "Die Autistichen Psychopathen in Kindesalter" Archiv fur Psychiatric und Nervenkrankheiten, 117, 76-136.

Baron-Cohen, S. and al. (1992) - "Can autism be detected at 18 months? The needle, the haystack and the CHAT". British Journal of Psychiatry, 161, 839-43.

Barthélemy et al (2000) - Descrição do Autismo - International Association Autism-Europe Fombonne, E (2003) - Epidemiological Surveys of Autism and other Pervasive Developmental Disorders: an update. Proceedings Autisme-Europe Congress Lisboa 2003.

Frith, U (1991 a) - "Translation and annotation of "Autistic psychopathy" in childhood by Asperger, H.in Frith, U. (ed) Autism and Asperger Syndrome. Cambridge: Cambridge University Press.

Kanner, L. (1943) - "Autistic disturbances of affective contact".Nervous Child, 2, 217-50 Kanner, L. (1946) - "Irrelevant and metaphorical language in early infantile autism" American Jornal of Psychiatry, 103, 242-5.

Wing, L. (1981) - "Asperger's syndrome. A clinical account." Psychological Medicine, 11, 115-29. Wing, L. & Gould, J.(1979) - "Severe impairments of social interaction and associated abnormalities in children. Epidemiology and classification."Journal of Autism and Developmental Disorders, 9, 11-29

DIA MUNDIAL DA CONSCIENCIALIZAÇÃO DO AUTISMO
(Decretado pela ONU, Dez. 2007)

2 de Abril de 2009
Das 10h às 13horas

AUTISMO NA PRIMEIRA PESSOA
http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/files/dia_mundial_consc_autismo_conv_prog.pdf

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sintomas de TF's

1. Compreendes a extrema importância de uma agenda, e antes de combinar seja o que for, tens de a consultar para ter a certeza absoluta de que não tens nada marcado.

2. Perguntam-te constantemente "Que cara é essa?".

3. Mudaste o teu vocabulário: *trabalho* por trabalho de grupo mais apresentação e entrega; *professor* por terapeuta (ou confusão sobre que termo usar!); *pessoas* por doentes/utentes e *"Diz?"* por "O que é que queres?".

4. Não entendes como se pode gastar menos de 10 € numa livraria ou reprografia.

5. Odeias que os teus pais digam: "Vai dormir agora", "Se de todas as formas não vais terminar…vai para a cama já"; ou mesmo a simples pergunta "Falta-te muito?" te pode chegar a irritar.

6. Estás farto de ouvir dizer: "Terapia da Fala? Hummm... que giro!! Mas o que é isso?", "TF? Ah... que bom, vais ensinar as pessoas a falar!!" ou ainda "Ahh... TF, é um curso fácil, bonito e tem muita saída!!".

7. Os teus amigos têm um conceito de TRABALHO diferente do teu, dizem sempre: "Fazes antes da aula!", "Pedes a alguém…", "Copias...deixa lá isso!" ou ainda "Não o faças!!".

8. Podes discutir com legitimidade a quantidade de cafeína de diferentes bebidas e sua respectiva eficácia.

9. Não importa o quanto te esforces para fazeres o melhor trabalho, mesmo seguindo as indicações dos professores e as regras da faculdade, alguém [normalmente o professor] dir-te-á sempre "Porque é que fizeram isso assim?!" ou "De onde é que essa ideia surgiu?" ou "Têm de mudar isto e JUSTIFICAR!"

10. Ouviste todos os teus cds e mp3 em menos de 48h.

11. Não és visto em público sem olheiras.

12. Quando te fazem um convite, acrescentam: "…ou tens trabalho? Frequência?".

13. Nas longas noites de trabalho de grupo, chega um momento em que te ris de tudo e de todos, mesmo quando não há razão para tal.

14. Dançaste a música mais foleira com coreografia e tudo às 4 da manhã sem uma única gota de álcool no teu organismo.

15. Arranjas constantemente desculpas para explicar aos teus professores, que não os terapeutas, o porquê de não fazeres os trabalhos de casa.

16. Vês-te forçado a faltar às aulas para conseguir terminar trabalhos a tempo.

17. Se alguém te diz: "Preguiçoso.", "Podias aproveitar melhor o tempo!", "Tens um curso super relaxado" ou "Não é o mais difícil dos cursos", a tua vontade instantânea é espancar essa pessoa.

18. Os teus pesadelos consistem em não chegar a tempo ou não terminar algo a tempo para uma entrega. E ainda, não sobreviver em estágio!

19. Almoçar uma sande de máquina, sentado no chão de um corredor da faculdade, é algo que não te traz repulsa devido a teres adquirido já um elevado grau de habituação.

20. Ou mesmo, não almoçar, não lanchar... basicamente não ter tempo de parar para comer!

21. Consegues dormir em qualquer superfície, seja ela um teclado, uma mochila, os teus colegas, o chão, a comida, ...

22. Estavas acordado em milhares de amanhaceres mas não assististe a nem um.

23. Ao fim de cada semestre não consegues imaginar como é que no próximo vai haver muito mais trabalhos e um horário maior e cada vez menos tempo livre... mas acabas por confiar na palavra dos alunos mais velhos!

24. Quando por fim tens tempo para sair, os teus pensamentos são: "Já viste aquele sigmatismo interdental?" ou "Uii.. que assimetria facial!" ou "- Olha, aquela tem disfonia... deve ter p’raí rouquidão grau 3 e aspereza grau 2!" "- O quê?! E a soprosidade?!".

25. Se houver objectos pessoais a mais em tua casa, como escovas de dentes, pijamas, chinelos, toalhas ou ainda comida que não te lembras de ter comprado, é porque pertencem aos teus colegas de grupo.

26. Deixaste de compreender o significado de manhã/tarde livre, muito menos dia livre.

27. As expressões mais usadas no teu dia-a-dia são: "Onde fazemos o trabalho?", "A que horas fazemos o trabalho?", "Que trabalho fazemos primeiro?", "Já fizeste a tua parte?", "Já pesquisaste sobre ... ?".

28. Já te habituaste a ver pelo menos uma pessoa da turma, por dia, a resmungar com os outros, de mau humor, aos gritos com alguém ou mesmo a chorar! Basicamente... aprendeste a viver com a depressão, "afundada" em ti ou à tua volta!xD

29. Identificaste-te com este e-mail.

SE NÃO ESTUDAS TERAPIA DA FALA, PODE SER QUE ASSIM CONSIGAS COMPREENDER UM BOCADINHO DA NOSSA REALIDADE E PORQUE É TÃO DIFÍCIL PARA NÓS TER VIDA SOCIAL!!!

No entanto, nem tudo é mau!:P É um curso extremamente interessante e gratificante e quando acabas de fazer os tais trabalhos sentes-te "realizada" porque "até ficou um bom trabalho"! :D

quarta-feira, 18 de março de 2009

Dia Mundial da T21 - 21 de Março









DIA MUNDIAL DA TRISSOMIA 21
A APPT21 (Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21) promoverá uma reunião de pais nas instalações do Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças, que consistirá numa sessão aberta de esclarecimento entre pais e técnicos. Para além dos técnicos do DIFERENÇAS, estará presente o Prof. Doutor David Andrade, médico dentista, docente universitário de Odontopediatria e considerado a maior sumidade mundial, na sua área de saber, em crianças com Trissomia 21. Temas como problemas médicos, comportamentais, educativos, sociais, ou quaisquer outros, poderão ser livremente abordados.
Paralelamente, o grupo PAIS 21 irá levar a cabo uma campanha de cartazes que serão distribuídos pelos próprios pais em locais de grande circulação – escolas, centros de saúde, hospitais.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Workshops

Workshop Método da Voz nasal de Johannes Pahn

Data: 18 Abril 2009

O método da voz nasal de J. Pahn é de origem alemã e teve maior difusão na Europa central. Baseia-se no principio de que os erros funcionais na fonação se tornam um automatismo que designa de ‘estereotipo dinâmico’. A excessiva tensão da musculatura laríngea transmite-se a toda a musculatura do tracto vocal.
Neste workshop os participantes serão treinados para corrigirem o ‘estereotipo dinâmico’ a nível da postura, respiração, fonação e articulação. O principio básico e único deste método é a activação da descida do mecanismo velar relacionado com os movimentos da mandíbula de forma descontraída. Os participantes são treinados em 9 etapas consecutivas desde a produção de um som básico nasal até a uma voz equilibrada, livre de tensão, ressoante e projectada.

sexta-feira, 6 de março de 2009

6 Março 2009


Dia Europeu da Terapia da Fala

6 de Março 2009 - Dia Europeu da Terapia da Fala

Oláá :D
Hoje é dia 6 de Março, que dia importante este, o Dia Europeu da Terapia da Fala, o nosso dia :D
Antes de mais, Parabéns a todas!:D

Um dos objectivos deste dia é informar melhor toda a gente e profissionais, não só sobre o desenvolvimento da linguagem nas crianças, mas também sobre actividade do Terapeuta da Fala.

E o que é ser Terapeuta da Fala? Somos suspeitas, é verdade! No entanto... vamos falar um pouco daquela que, para nós, é a melhor profissão do mundo! :D

Legalmente, "o Terapeuta da Fala é responsável pelo desenvolvimento de actividades no âmbito da prevenção, avaliação e tratamento das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita, mas também outras formas de comunicação não verbal.”
Assim, este é responsável pela prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e estudo científico da comunicação humana e perturbações relacionadas, ao nível da fala e linguagem bem como alterações relacionadas com as funções auditivas, visuais, cognitivas (incluindo a aprendizagem), respiração, deglutição e voz. A finalidade da intervenção dos terapeutas da fala é a promoção da qualidade de vida do utente, tanto ao nível pessoal como ao nível da interacção comunicativa deste com o seu meio social.

As áreas onde podemos intervir são várias, visto termos uma profissão polivalente.
Podemos intervir:



  • Ao nível da Fala: nas perturbações da fala - as perturbações articulatórias, em que crianças e adultos, por vários motivos, não conseguem conjugar os órgãos articuladores produzindo os sons da fala. Estão a ver os chamados “sopinhas de massa” ou as pessoas que não são capazes de dizer os “l’s”? são apenas alguns exemplos.
    Qualquer alteração a este nível vai interferir com a inteligibilidade do discurso (a sua clareza, a capacidade dos outros o perceberem).
  • Ao nível da Linguagem: que podem ser problemas específicos da linguagem ou estarem relacionados com atrasos no desenvolvimento das crianças que vão manifestar-se ao nível da linguagem ou então alterações de linguagem em adultos, resultantes de lesões neurológicas, por exemplo.
    Quando existem dificuldades na aquisição da linguagem ou a pessoa a perde após a adquirir, fica, de certa forma, isolada dos que a rodeiam, pois a sua capacidade de comunicação fica comprometida!
  • Ao nível da Voz: As disfonias (As famosas rouquidões) por exemplo ou alterações de voz várias.
    A voz consiste no conjunto dos sons produzidos pelo Homem, a partir do som resultante da vibração das pregas vocais que é, depois disso, modificado pelos órgãos ressoadores. As perturbações que surgem na sua produção podem ter diversas origens.
  • Ao nível da Fluência: a conhecida gaguez mas também outras questões relacionadas fundamentalmente com a fluência e o ritmo de fala.
  • Ao nível da Deglutição: A deglutição (acto de deglutir, engolir) é uma actividade neuro-muscular complexa. Algumas crianças apresentam dificuldades na sua realização (disfagia), as quais podem estar relacionadas com alterações da oclusão dentária, da postura da língua entre outros. Esta função pode também ser alterada após a sua aquisição, nomeadamente em adultos, sendo neste caso um problema de origem neurológica. As pessoas que se “engasgam” por diversos motivos por exemplo.
Os terapeutas da fala podem exercer funções numa grande variedade de contextos, nomeadamente:


  • Creches e Jardins-de-infância;
  • Escolas públicas e privadas;
  • Instituições particulares de solidariedade social;
  • Instituições de prestação de cuidados de saúde primários, diferenciados e continuados (centros de saúde, hospitais, centros de medicina de reabilitação);
  • Centros de dia e lares de idosos;
  • Unidades de investigação;
  • Consultórios privados;
  • Domicílio do utente.

A profissão é relativamente jovem. Em Portugal, os primeiros profissionais concluíram o curso em 1965, em Alcoitão.
Actualmente, existem cerca de 1250 Terapeutas da Fala no nosso país, existindo assim 9 Escolas Superiores de Saúde a formar estes profissionais.

Onde se podem formar os Terapeutas da Fala no nosso país?

Em várias escolas públicas como:

  • Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro

  • Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal
  • Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico do Porto

  • Universidade do Algarve – Escola Superior de Saúde de Faro

Em várias escolas privadas como:

  • Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSA) – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
  • Escola Superior de Saúde Egas Moniz, Costa da Caparica
  • Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa, Porto
  • Instituto Superior de Saúde do Alto Ave
  • Universidade Atlântica – Escola Superior de Saúde Atlântica, Oeiras.

  • O objectivo do Terapeuta da Fala é permitir que uma pessoa comunique, se esta estiver comprometida então é melhorá-la, seja de que forma for. Seja com fala, gestos, escrita, imagens, tudo serve quando se fala de algo que é essencial à vida.

    “Num mundo de palavras... nem todo o silêncio é de ouro.”




    Com os melhores cumprimentos terapêuticos :P,
    As alunas do 2º ano de Terapia da Fala da ESSA de 2008/2009*